Publicado por: Wally | Terça-feira, Junho 30, 2009

X-Men Origens – Wolverine

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Após assassinar o homem que depois descobriria ser seu pai, James foge com seu irmão Victor ao serem caçados. Com habilidade paranormais, ambos vivem através dos séculos lutando em diversas guerras até chegarem na atualidade, onde conhecem William Stryker, que os recruta para um time de mutantes com intenções nada nobres. James (que agora se chama Logan) então foge e retoma uma vida normal, mas seu irmão Victor se deixou levar pelos seus instintos animalescos, criando entre os dois uma rivalidade cruel quando este cruza a linha fatalmente.

O que fazia os filmes da série de “X-Men” transcender do mero espetáculo blockbuster era o cuidado com o qual os roteiros eram planejados. Enquanto o primeiro nos introduziu muito bem à um mundo interessante (e até sombrio), o segundo alçou a ação aos ares e o drama pessoal de seus personagens à outros níveis. Até mesmo o criticado terceiro, que perdeu em genialidade com a direção de Brett Ratner, trazia um roteiro admirável em diversos aspectos. Foi, de fato, uma franquia respeitável. E só continuará respeitável se o novo filme não for considerado como parte dela. “X-Men Origens – Wolverine” é o oposto do termo “transcender”, transformando um bom personagem em um brutamonte artificial e burocraticamente desenhado. Não se deixem enganar, o filme não adiciona em nada a série e não justifica sua existência de maneira alguma, ao criar uma origem para o herói que soa exageradamente fútil, tendo em vista a forma misteriosamente interessante com o qual os roteiros dos dois primeiros filmes o havia criado visando teu passado.

Dirigido pelo talentoso Gavin Hood (O Suspeito), que assinou a direção do ótimo vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, “Infância Roubada”, o filme inicia-se revigorante. Com créditos iniciais bem compostos e eficientes ao introduzir o enredo (e os personagens) de forma adequada, tudo inicialmente funciona. Alias, o forte do filme surge com as atuações dignas apresentadas por Hugh Jackman (Austrália) e Liev Schreiber (O Amor nos Tempos do Cólera), que conseguem bolar boa química ao mesmo tempo que trazem autênticidade aos personagens. Principalmente Schreiber, que acerta no tom de seu Victor (que mais tarde se transformaria no Dente de Sabre). Quando o filme foca nos dois, e a ação proveniente de seus duelos, ele se torna uma espécie de filme-B de ação divertido. Infelizmente, os elogios precisam parar por aqui. Hood até tenta transformar tudo em um clima descomprometido e enraizado nos moldes dos filmes de ação brucutu dos anos 80. E talvez se o roteiro fosse igualmente descompromissado, a sessão teria sido mais proveitosa. Infelizmente, o filme se leva muito a sério, e o roteiro medíocre assusta pelas escolhas que beiram o vergonhoso. Como o personagem muito mal concebido que é bem interpretado por Danny Huston (30 Dias de Noite) e a ridícula participação de Ryan Reynolds (Três Vezes Amor), num personagem desastroso.

O filme felizmente nunca perde o ritmo – mas o desinteresse é um infortúnio, e a fraqueza fatal de seu roteiro o faz perder seu equilíbrio. Roteirizado por David Benioff (O Caçador de Pipas) e Skip Woods (Hitman – Assassino 47), o script é uma verdadeira bagunça. Um amontoado de clichês do gênero, desculpas para grandes efeitos e pura fórmula que irrita pela constante irrelevância. Chega a ser desgastante. E o filme só não afunda por contar com uma direção que, mesmo totalmente decepcionante, consegue transformar os erros de seu roteiro (ocasionalmente) em meros detalhes, num plano maior de entretenimento gratuito que funciona da mesma forma que fracassa. É tudo dependente do olhar que será lançado sobre ele. Estaria o espectador simplesmente clamando por ação descerebrada, ou existem anseios por uma narrativa mais resolvida? Se você se encaixa na primeira opção, “X-Men Origens – Wolverine” funciona como divertimento fácil. Caso contrário, é cinema altamente falho e artificial.

E é decepcionante assistir à queda livre de um personagem que poderia ter rendido tanto, mas que se viu sendo submetido à uma desgastantemente frívola transformação nas mãos de roteiristas que não parecem entender o material (e os personagens) que tinham. Hood, por sua vez, entendeu a banalidade do texto que possuía, e tentou extrair dele o melhor que pôde – ainda que a própria direção tenha suas inúmeras derrapadas. O clima de “filme-B” é oportuno, e esmiúça as ambições errôneas do roteiro (na maior parte). Mas isso não é o suficiente. Em síntese, o filme é um verdadeiro pomposo blockbuster. E é só isso. Nem um centímetro a mais. Com certeza não será este o filme do Wolverine que será lembrado, e não delongará até que esta fita de ação se torne num produto meramente descartável e esquecido. Agora, resta desejar que tenham mais sorte com Magneto.

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X-Men Origins: Wolverine (2009)
Direção:
Gavin Hood
Roteiro: David Benioff, Skip Woods
Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston, Will i Am, Lynn Collins, Kevin Durand, Dominic Monaghan, Taylor Kitsch, Daniel Henney, Ryan Reynolds, Tim Pocock
(Ação, 107 minutos)

Disponibilidade | 5 de Agosto nas locadoras.


Respostas

  1. A cada crítica que leio, que compara esse filme com os da trilogia “principal” dos X-MEN (concordo com suas anotações sobre ela), a desconfiança aumenta, embora esteja à procura apenas de diversão.
    Verei em casa, com as expectativas moderadas.

  2. Eu tb fiquei decepcionada…. Mudaram muitas coisas em relação a história original do Wolverine, eu não gostei do personagem de Ganbit no filme, … enfim, para uma leitora de Wolverine, o filme decepcionou um pouco! Como um mero filme de ação, eu diria que o filme diverte!

  3. Eu esperava muito mais. Odiei os efeitos visuais.
    =/

  4. Nada além de um filme de ação, sem mais …

  5. O grande problema de “Wolverine” não é nem as pessoas envolvidas, e sim o roteiro. O filme só acaba sendo aquilo que a gente espera dele quando Logan se transforma, definitivamente, em Wolverine.

  6. Eu achei o trailer tão desprezível que nem me aventurei. hehehe

    E que bom que o Schreiber se deu bem aqui. Ele me parecia péssimo na prévia, e torço bastante por esse cara.

    Abs!

  7. Poxa… todo mundo falou mal, mas eu queria assistir ainda o X-Men.

  8. Achei um lixo. Não tem história, o elenco está fora de tom e tem algumas cenas simplesmente constrangedoras…

  9. Tenho ódio desse filme… rsrs. Estraga uma oportunidade excelente de contar as origens sombrias de um dos mais interessantes dos mutantes, transformando-a em um filme de ação descerebrado, ridículo e cheio de lugares-comuns. A única coisa razoavelmente boa aqui é o Dentes-de-Sabre do Liev Schreiber, melhor e mais complexo do que o do filme do Bryan Singer.

  10. “E é decepcionante assistir à queda livre de um personagem que poderia ter rendido tanto”. Exato. Talvez seja por isso mesmo que nem tive muita curiosidade de ver o filme até agora, afinal não entendo porque deixaram a série “X-Men” de lado por causa de um personagem apenas…

  11. Deve ser muito bom esperar para ver em DVD, já que o filme já saiu de circuito por aqui…

  12. A decepção do Verão. Quem teve a ideia de fazer um filme do Wolverine PG-13?

  13. Esperava mais, achei muito inferior aos outros 3, a história deixou muito a desejar, e a escolha do diretor Gavin Hood (dos ótimos “Infância Roubada” e “O Suspeito”) foi completamente equivocada, acho q o Bryan Singer teria feito coisa melhor, valeu mais como filme de ação, mas achei longe de ser ruim, só foi a quem do q se esperava dele. nota 6.0!

  14. Cara a cada critica sua que leio, concordo menos com você! se é um filme de ação o que se espera que ele tenha ação, pancadaria, alguns dialogos no meio p gente entender o porque da pancadaria, e depois mais ação mais pancadaria algumas mortes e é só isso, ainda não vi o filme mas pelo que vi dos trailers e o que li na internet, deve ser um ótimo filme, Bom Wolverine para mim, é o melhor personagem dos X-Man, não curto muito os X- Man, mas adoro o Wolvie, ele é matador, não gostei muito do do primeiro filme mas adorei o terceiro, com mais lutas.


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